terça-feira, 7 de julho de 2009

Washington – Babson (Boston)

Pois bem. Cheguei ja na Babson College, onde eu passarei minhas duas árduas semanas estudando empreendedorismo na melhor escola do mundo para tal, segundo alguns rankings – americano é cheio de ranking… é ranking pra tudo, impressionante.

Bom, antes de Babson, estive em Washington, mas sem nenhuma postagem aqui no blog. Queiram me desculpar, mas o tempo que me resta para escrever aqui é bem curto. Contarei um pouco de Washington.

Nosso hotel era bem legal, apesar de a localização não ser das melhores do mundo… o bairro era de negros e um pouco afastado do “national mall”, que é como uma praça gigante, que pega varios quarteirões, interligando o capitólio, o obelisco e o lincoln memorial. Tudo simetricamente alinhado. Aliás, washington é uma cidade totalmente simétrica. Todos os prédios seguem a altura máxima de uns 6 andares (nada na cidade pode ser mais alto do que o capitólio), com janelas quadradas ou retangulares. Todas as árvores são plantadas em linhas absolutamente retas e o centro de toda e qualquer praça ou monumento é alinhado com o centro dos prédios que os circundam. Impressionante. Mas isso tudo deixa a cidade meio chata. As pessoas que lá vivem (como todo e bom americano) são um pé no saco. Não é muito famosa por suas baladas, mas até que dá para se divertir…

Entretanto, apesar de esperar o contrário, a minha terceira vez na capital política do mundo foi um pouco mais agradável. O feriado de 4 de julho encheu a cidade e tirou um pouco daquele ar sério e aterrorizado que só pensa em qual vai ser o próximo ataque terrorista… As praças estavam sempre cheias e qualquer moita que a gnt chutava saia uma banda tocando em algum canto da cidade. Aqui em baixo é uma foto pra se ter noção de como estava a ciudad…

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Um episódio engraçado foi no sabado, quando estávamos numa lan house. Um velhinho percebendo que a gente falava portugues, veio puxando conversa… “ah voces são da onde?” e a gente: “Brasil…” … e ele como que não queria nada: “Ah, que legal”. E estranho, pq não havia motivo para ele ter começado aquela conversa… parecia que ele tinha alguma coisa pra falar, como um enviado para nos dar algum conselho providencial. O velhinho tinha um sessenta anos e tinha um olhar um pouco perturbado. E foi aí que ele nos surpreendeu… ele realmente tinha algo para desabafar, para extravasar. Mas com certeza não era nenhum conselho providencial… “Michael Jackson foi assassinado. Aquele médico foi infiltrado naquela casa. Tudo isso foi armação das gravadoras, da Sony, que queriam os direitos do álbum dos Beatles. O médico forneceu mais drogas justamente para matá-lo sem deixar suspeitas. O dinheiro traz consequencias terriveis. Essas gravadoras detém muito poder… e blábláblá”. Foi quando passou instantâneamente pelas nossas cabeças o desejo de fazer a mesma pergunta, mas que por força da educação e da tradução que ficaria prejudicada, abstivemo-nos de fazê-la: “TA BÃO, E O KIKO????? KIKO EU TENHO A VER COM ISSO RAPAH?” Mas o momento de indignação passou por notarmos que o pobre velhinho falava com o coração, adepto com a mais verdadeira fé a essa teoria da conspiração.

Pois o mundo é uma ervilha mesmo (ahahaha adorei esse ditadinho). Coincidência é uma coisa que não falta nessa viagem. Pois não é que encontramos no mesmo dia uma mulher que também estava com desejos de extravasar, de abrir seu coração, de botar pra fora tudo que estava pensando e reprimindo para si… Pois foi na saída da balada que encontramos uma mulher que, do nada, puxou assunto falando que nos amava. Bom, isso era tudo desculpa pq ela queria mesmo é contar que ela tinha ficado com um rapper famoso aqui dos Estados Unidos, mas ela não podia fugir com ele pois ela tinha um filho com outro. E, novamente, a pergunta que remete o famoso personagem do “Chaves” veio instantaneamente na nossa mente… mas coitada, deixa a moça ser feliz.

Bom, mas voltando para Washington, o feriado de 4 de julho foi legal. Teve uma queima de fogos espetacular que durou 20 minutos. Dizem os americanos que é mais bonita do que copacabana no reveillon… (eles têm ranking até pra isso!). Dá pra perceber pelas fotos o tanto que foi bonito!

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Bom, no dia 5, domingo cedinho, pegamos um vôo para Boston, penúltimo destino desta viagem. Babson College é animal. A universidade aqui parece hotel 5 estrelas. Nossos quartos não podiam ser melhores e tudo é muito bem cuidado. As aulas são muito massa (e isso que aula de empreendedorismo é dificil não ser várzea) e tem varios campos de esporte e tal… Tanto é que nos deu uma grande vontade de jogar futebol. Combinamos uma pelada: Brasil x México. Obviamente, caro leitor, pouparei vocês de contar o resultado que todos já devem saber. E, em uma hora crucial do jogo, dois professores vieram até o campo, chamar nosso grande zaguero uruguaio Matias para conversar. E o negócio pareceu sério. Ficamos nos perguntando o que poderia ser, mas logo a preocupação desapareceu. Depois de ganhar 5 vezes dos mexicanos, voltamos cansados para nossos apartamentos. No elevador, coitada, a Mariana, uma colega nossa, estava com vários lenços, toda gripada… eu cheguei até a perguntar se ela estava bem, ela respondendo-me afirmativamente. E aquela noite ouvi um rumor vago de gripe suína no campus e tal, mas não dei bola. Foi quando no meio da aula, hoje de manhã, fomos interrompidos por uma mulher responsável pelo housing service aqui. Ela entrou no meio da aula, interrompeu o professor, e começou a falar com gravidade em sua voz: “Pessoal, o que vou falar não é motivo para pânico” E eu logo pensei… “como assim? essa maluca entra na classe, interrompe o professor do nada, faz ainda um suspensezinho e quer q a gente pense o que?”. Bom, ela acabou contando que a Mariana (a mesma do elevador) não mais estaria entre nós (pareceu até que tinha morrido) por que ela havia sido diagnosticada com a gripe suína. Ela estava agora no hospital e  todos nós que éramos suspeitos em potencial, deveriamos nos observar pelas próximas 48 horas… Uma das maneiras de evitarmos o contágio era bebendo muita água. Bom, depois disso, da pra imaginar a zona que virou a classe… o professor não mais conseguiu prosseguir a aula e deu um break de 10 minutos… E foi muito engraçado, pois assim que retornamos, todo mundo havia comprado água, e era uma visão interessante ver 52 garrafinhas de agua enfileiradas nas carteiras…

Episódio parecido com o de ontem, quando um policial interrompeu a aula gritando, procurando uma tal de “maria”. A menina se identificou, e todo mundo pensou ao mesmo tempo “ih, fudeu”. Depois de uns 3 minutos a menina volta com uma cara meio de susto e a curiosidade assolou a classe inteira. Depois eu fui conversar com ela e descobri o real motivo da interrupção do policial… e vocês, prezados leitores, não vão acreditar no motivo, exatamente como eu ao ouvir não acreditei. Alguem ligou para a polícia avisando que a Maria havia prendido o dedo na porta e que tinha ACHADO o dedo dela. E o policial, em estrito cumprimento de seu dever veio correndo, avisar maria que seu DEDO HAVIA SIDO ENCONTRADO…. cara, americano não pode ser mais burro, pode? DE CERTO QUE A MENINA PERDEU O DEDO, MAS MESMO ASSIM, SEM AVISAR NINGUÉM, RESOLVEU IR PARA CLASSE, POIS SE ALGUEM ACHASSE O DEDO DELA A POLÍCIA IRIA AVISÁ-LA. Afff. Inacreditável né. E então, querendo me provar, a menina mostrou seu cinco dedos intactos, da mesma forma que fez para o guarda relutante em aceitar que ela não havia perdido dedo algum… só aqui mesmo.

Bom acho q é isso… falando em dedos, os meus já doem de tanto digitar. Como já deve estar os olhos do caro leitor, fastidiado com tanta baboseira que eu acabo de escrever, mas que entretanto não deixa de ser verídica… O balanço positivo é que eu conheci pela primeira vez uma pessoa com gripe suína. O balanço negativo é que a próxima pode ser eu mesmo. Mas tudo bem, como já dizia meu pai, no pain, no gain. Chega por hoje. Amanhã acordo cedo pra mais uma maratona de aulas… 

Até.

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